terça-feira, 5 de novembro de 2013

Aniversário de Casamento 2012

Ontem minha esposa registrou o aniversário de mais um ano juntos!

Há 16 anos estávamos nos unindo em matrimônio.
Sempre digo que ela é meu equilíbrio, minha ajudadora, minha companheira, minha cúmplice e confidente.

Além de ser a mãe de minhas princesas, ela é acima de tudo minha amiga. Uma pessoa com quem tenho prazer de conversar, onde aquilo que temos em comum nos faz parceiros e aquilo que temos de diferente nos completa! Ela é o presente de Deus para mim.

Lembro-me do nosso período de noivado, com muitas lutas, contas levadas na ponta do lápis para que tudo desse certo. Em meio a nossas adversidades sempre pudemos ver a mão de Deus trabalhando a nosso favor.

Deus havia prometido a ela que estaria conosco e nos abençoaria. Mesmo assim ela sempre foi muito temerosa e mais pessimista. Embora Deus já houvesse confirmado nossa união, a qualquer dificuldade ela se sentia insegura. Num determinado culto, ela novamente questionou ao Senhor sobre nosso futuro. E Deus, através de sua palavra, tomando a boca do dirigente do culto disse: "Minha serva, Eu já lha confirmei seu casamento, já disse que vou lhe abençoar e que tudo vai dar certo, mas você continua com medo e perguntou a Mim se estarei com vocês. Eu lhe respondo novamente e faço um trato com você hoje. Você não me pergunta mais e eu não lhe respondo mais. Fique certa de que aquilo que lhe prometi irá se cumprir e Estarei com vocês no seu matrimônio".

Naquela noite nos encontramos e ela me contou o que Deus havia falado no culto. E assim como Deus havia prometido, assim se cumpriu. Nosso primeiro convite foi feito para o Senhor Jesus Cristo, e sentimos que Ele esteve lá conosco. Tudo foi abençoado e durante todos esses anos Ele foi nosso amigo muito próximo. Quando pedimos a Deus nossa primeira filha, logo minha esposa ficou grávida. E nasceu nossa linda Bequita! Seis anos depois pedindo novamente a Deus mais uma joia, Ele nos presenteou com a Ana Laurita!! São as alegrias de nossa casa.

Minha querida esposa, você é minha pequena princesa, hoje rainha, minha jóia, minha criança, minha mulher, meu doce, meu coração! Amo você minha linda!

Minha querida para quem os anos não passam! A cada ano você fica mais linda e mais jovem! Logo esse seu esposo cujos anos vão deixando mais velho, gordo e enrrugado, vai parecer que está casado com uma mocinha!rsrsrs.

Quem diria que já se passaram 16 anos!!! Como você comentou são as "Bodas de Safira". 
Que Deus continue abençoando nossa vida, principalmente com a presença Dele em nosso lar, na educação de nossas filhas e que possamos ser, daqui por diante, melhores servos de Deus e que aquilo que até não honramos a Deus, possamos honrar cada vez mais, pois Ele em tudo tem nos honrado e protegido!

Depois de tantas lutas e sabemos que não foram poucas, estamos aqui, graças a Deus, cada vez mais unidos!

Quero passar os resto dos meus dias com você e poder fazer-lhe feliz. Lembro-me que no dia de nossa lua de mel Deus falou claramente ao meu coração: Faça minha serva feliz. Aquela mesma voz que no dia que nos conhecemos falou também ao meu coração: "Esta será a sua esposa"!

Para meu saudoso pai Silvio Vieira Branco!

Nosso mundo é feito de cores!

Nosso mundo é feito de cores.
E há cores para todos os gostos.
Cores que alegram a vida.
Cores que embalam amores.

Tanta cor do lado de fora.
Que nos olhos encontram entrada.
Mas que só brilham na alma do homem.
Se no coração tiverem morada.

Coração que pode estar bem.
Coração que pode estar mal.
Coração que alegre, sorri.
E que chora, sentimental.

Que acende na luz da alegria.
Que escurece na tristeza e dor.
Que contente enxerga beleza.
Ainda que num mundo sem cor.

Que em luto de cinzas se veste.
Sem cor, fica cinza o universo.
Do incolor então se reveste.
Mesmo que em cores esteja imerso..

Nosso mundo é de sensações.
Só apreciadas se em nós há amores.
Que dão o tom para o rumo da vida.
E o gosto singelo dos vários sabores.

Se um amor nos deixa pra sempre.
Tira a cor do mundo afora.
O arco-iris fica indiferente.
Pois na alma a cor já não mora.

O luto, a dor da partida.
Descolori a aquarela real.
Insipida fica a vida.
Caindo num vazio total.

Mas o tempo é quem cura tudo.
É alento pra dores sem fim.
Pois saudade não sara, machuca.
Dos que foram tirados de mim.

Que partiram pra não mais voltar.
Na viagem que todos faremos.
Conviver com lembranças demais.
Lamentar a presença de menos.
E esperar que o tempo dos dias.
Conforte o que não entendemos.

Mas há cores que estão comigo.
Que são meu apoio na lida.
São rosas que exalam beleza.
Pequenas, são minhas riquezas.
Que me trazem o sentido da vida.

Que confortam e me dão paz.
É abraço, é carinho certo.
Equilíbrio pra meu caminhar.
Companhia que está sempre perto.

Se a rosa, porém, fica longe,
Meu mundo também perde a cor.
Volta e me traz seu perfume.
Perdoa-me toda a dor.

Sem você as cores se vão.
Como morte sua ausência me invade.
Volta ao meu coração.
Completa a minha metade.

Pois nosso mundo é feito de cores.
Que só podem ser apreciadas.
Se no mundo tivermos amores.
Que partilhem nossa caminhada.

E ainda que alguns tenham que ir.
Outros ficam para nos ajudar.
A seguir o rumo da vida
Que sem pedir licença, convida.
A viver das cores que há.

O que é hipocrisia?

Peguei uma das definições de um dicionário qualquer:
Falsidade. 
Ação ou efeito de fingir; esconder os sentimentos mais sinceros; inventar ou dissimular.
Característica daquilo que não é honesto: a hipocrisia do discurso. 
Hábito que se baseia na demonstração de uma virtude ou de um sentimento inexistente.

Segundo a wikipedia:
Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é.
Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego "hypochrités".
Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral.
É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.

Refletindo com sinceridade percebi que, no sentido acima, sou hipócrita.
Sempre busco ter a aparência daquilo que é o mais correto, embora muitas vezes não o seja!
Esforço-me para ser algo interiormente e tento agir de acordo com esse esforço, mas nem sempre obtenho essa coerência.

Disse certa vez um pastor que caráter é: “não fazer nada em segredo daquilo que não teria coragem de se fazer em público”.
As máscaras são para não mostrar nossa fealdade. É a máscara mais apropriada para a situação!
Uso aquela que irá manter minha reputação. Afinal reputação, diferente do caráter, é apenas aquilo que os outros pensam de nós.

Eu queria muito ser totalmente transparente. 
Penso que me esforço para isso.
Sinto-me uma lastima quando ainda noto que meu esforço não mudou meu interior, mas foi tão somente “performance” ou “para inglês ver”.

Portanto gostaria de externar a todos a admissão de minha eventual hipocrisia, meu eventual uso de máscaras.
Fato que não tenho orgulho. Fato que me incomoda, porque desejo ser transparente.

Quando canto meu amor a Deus, não quero dizer que sou 100% amor a Deus, mas que o vejo como preponderante em meu ser.

Por isso quando digo ou escrevo algo estou sendo o mais sincero possível!! Se tive minhas dúvidas para com Deus, prevaleceu no final a minha fé!
Ter dúvidas, passar por momentos de indecisão, sofrer quanto a um sentimento, não define aquilo que sou, mas sim o que, no final, prevalece!
O que importa é o que ficou e não os momentos de incertezas!

Quantas vezes, em crise, achamos que não poderemos ficar em determinado emprego, que não suportaremos essa ou aquela situação, que nossos filhos já não têm jeito, que nosso casamento está abalado, que uma amizade parece que morreu, que nossa fé não se sustenta... Mas o mais importante não são as crises, mas aquilo que permanece depois. É o que resta, é o que ficou!

Daí nos afirmamos mais e mais no emprego. Daí acreditamos mais em nossos filhos e continuamos lutando por eles. Daí acreditamos que nossos cônjuges são exatamente a pessoa que precisamos, que amamos e com quem queremos ficar os resto de nossas vidas. De que aquela amizade está acima das diferenças. De que nossa fé é realmente aquela que temos. 

Ou seja, a crise nos faz questionar e reafirmar, fortalecer isso ou aquilo. Saímos das crises mais fortes, mais convictos e sendo mais aquilo que gostaríamos de ser... sem máscaras.

E são os momentos de crises que levam as pessoas a tomarem decisões que normalmente, em situações tranquilas não tomariam. Pode ser a mudança de emprego, o fim de uma relação, o despertar para uma nova consciência.

Fato é que, depois da crise, ou uma coisa se reafirma com todas as forças ou é abandonada para um novo caminho.

Por isso quando escrevo sobre algo, só faço nos momentos de fortalecimento, quando as tempestades já passaram, não para “enfeitar o pavão”, mas para mostrar a reafirmação daquilo que vai em meu ser!

Afirmando isso, quero dizer, que escrevo sobre o que acredito ser verdade, procurando ser eu mesmo, sem máscaras.

É no dia-a-dia que ainda escorrego no artifício da hipocrisia, no sentido acima descrito. De mostrar algo que, no fundo, eu gostaria de ser.

Repito: me enquadro no sentido acima descrito! 
Ressalto porque outra definição que vi de hipocrisia é a seguinte:
“A arte de exigir nos outros aquilo que não exigimos de nós mesmos”.

E posso dizer que nessa eu não me enquadro. Detesto aquela do “macaco senta no rabo para falar do rabo dos outros”. E sempre procuro verificar antes a “trave do meu olho, antes de apontar o cisco no olho do outro”.

Em resumo busco nunca cobrar dos outros o que não cobro de mim mesmo.

Pois, de acordo com minha reafirmada fé, persigo a lei áurea de Cristo de que “o que desejo que se faça comigo, devo fazer aos outros”.

Finalizando, termino falando do muro. Que ainda hoje, mesmo reafirmando minha fé em Cristo, ainda fico em cima de muro em muitas coisas. 

Ora, agindo como cristão, ora agindo como alguém que não conhece a Cristo. E quem está em cima do muro acaba caindo!

Assim quero acertar meu rumo, saindo do muro, para firmar meus pés como cristão, em todos os sentidos, em todas as ações, integralmente, para que não precise vez ou outra de máscaras, mas que tudo que em mim pareça, seja também aquilo que vai em minha essência!

domingo, 3 de novembro de 2013

Repreensão que recebi de Deus

Certa vez, em meu entendimento, comecei a achar que Deus exigia muito dos homens e que seguir a vontade de Deus era um martírio. 

Cheguei num ponto extremo de sentir raiva de Deus, muita raiva mesmo. Fiquei irado com o Senhor.

Me lembro de um domingo a noite em que eu “orando”, comecei a brigar com Deus. Eu disse que daquele jeito não dava para continuar, que Ele exigia demais. Falei que as vezes, um pessoa que pecou para morte era mais feliz do que eu, afinal não tinha que dar conta de nada para Deus. E assim fui eu na minha “oração”. Deitei irado.

Na terça-feira daquela semana fomos convidados para ir num culto. Era num bairro afastado de minha cidade. Eu fui e pensei: “não tenho nada a perder mesmo!”

Bom, como o culto era num bairro longe do centro, havia poucos irmãos, cerca de trinta salvo engano. O culto transcorreu normalmente, até a hora da palavra. Foi lida aquela parte que Jesus diz que o fardo Dele é suave. Durante a leitura, lembro-me de ter pensado: “O que é que pode sair dessa palavra?” E fiquei ali ouvindo como um rebelde!

Bom, o servo de Deus que ministrava, começou a exortação normalmente.

E falava sobre o fardo de Jesus ser leve, suave. Daí ele disse assim: “Irmãos fiquem bem na comunhão, que aquilo que Deus está revelando eu terei que pregar”.

Em seguida disse ele: “Olha irmãos, sabe o que acontece na vida do cristão? Ele é como um homem caminhando numa estrada. E esse homem leva uma bolsa consigo. A medida que ele anda vai encontrado coisas no caminho e vai colocando em sua bolsa. Daí a caminhada começa a ficar difícil, afinal tudo o que ele encontra ele coloca dentro da bolsa” 

Pausa: Nessa hora, o servo de Deus pediu mais comunhão e continuou dizendo: “Meu irmão você entrou aqui hoje e está como esse homem. Você está caminhando mas tudo que você acha pelo caminho você está jogando em sua bolsa. Tudo quanto é tranqueira você coloca no seu fardo e acaba chegando uma hora que a bolsa está muito pesada. 

E Deus pergunta: É culpa de Deus? Esse é o fardo de Cristo ou você que pegou ele para você?

Veja se não é você que pega tudo aquilo que não presta e põe dentro de sua mochila. E agora você vem dizer que isso é culpa de Deus? Que Deus lhe exige muito? Que o fardo de Cristo é pesado?

Pausa: Nessa hora o pregador estava suando e bastante inquieto. Ele pedia que a irmandade tivesse paciência, mas que Deus o estava mandando pregar daquele jeito.

E seguiu: “Você está achando que servir a Deus é difícil, que Deus está exigindo muito de você, chegou até ao ponto de dizer que aquele que pecou para a morte, que não tem mais parte com Deus, é mais feliz do que você! Você disse que aquele que perdeu sua parte com Deus é mais feliz porque não tem que dar conta de nada a Deus?”

Então a partir de hoje você não tem que mais que me dar satisfação nenhuma!
A partir de hoje você não precisa mais se preocupar em dar satisfação para Deus.

Você está livre para fazer o que quiser! Tiro hoje de sua cabeça todas as promessas que lhe fiz.

Você vai poder fazer o que quiser sem se preocupar Comigo, diz o Senhor.

Vou tirar seu desejo de orar, vou tirar seu desejo de cantar hinos, vou tirar seu desejo de ir a igreja!

A partir de hoje você não precisa me dizer mais nada. Você vai poder viver sua vida do jeito que você quiser. Você vai pode viver tranqüilo!”

E assim o irmão enfatizou bastante essa parte. Ele estava bastante aflito pois parecia que aquela revelação o deixara perplexo.

Eu não preciso dizer que ali no banco eu estava desconcertado. Na verdade eu estava desesperado.
De modo claro, sem rodeios, Deus estava me dizendo que eu não lhe devia mais satisfação. Que eu poderia ir embora “cuidar da minha vida” e que Ele não me cobraria de nada, mas que em compensação eu estava perdendo tudo Dele!

Como um pai diz para um filho rebelde que quer sair de casa: “Vai.. .nada aqui mais lhe prende...”

Então a partir de hoje você não tem que mais que me dar satisfação nenhuma!
A partir de hoje você não precisa mais se preocupar em dar satisfação para Deus.

Você está livre para fazer o que quiser! Tiro hoje de sua cabeça todas as promessas que lhe fiz.

Você vai poder fazer o que quiser sem se preocupar Comigo, diz o Senhor.
Vou tirar seu desejo de orar, vou tirar seu desejo de cantar hinos, vou tirar seu desejo de ir a igreja!

A partir de hoje você não precisa me dizer mais nada. Você vai poder viver sua vida do jeito que você quiser. Você vai pode viver tranqüilo!” 

E assim o irmão enfatizou bastante essa parte. Ele estava bastante aflito pois parecia que palavra o deixara perplexo.

Eu não preciso dizer que ali no banco eu estava desconcertado. Na verdade eu estava desesperado.

De modo claro, sem rodeios, Deus estava me dizendo que eu não lhe devia mais satisfação. Que eu poderia ir embora “cuidar da minha vida” e que Ele não me cobraria de nada, mas que em compensação eu estava perdendo tudo Dele!

Como um pai diz para um filho rebelde que quer sair de casa: “Vai.. .nada aqui mais lhe prende...”

Fiquei desnorteado, quase sem fôlego. Meu coração batia aceleradamente... achei que eu ia desmaiar!!!

E nesse momento o irmão para concluir a palavra disse assim: “Mas mesmo com tudo isso, Deus ainda lhe dá uma chance: Escolha agora se quer ainda servir a Deus ou não. Deus lhe dá essa chance”

E concluiu a palavra dizendo: “Irmãos Deus me mostrou que ainda hoje fará um grande movimento aqui dentro”. Deus seja Louvado!”.

Para resumir fiz o impensável:

Antes da oração final, levantei minha mão e pedi para falar.

E falei:

“O irmão pode ficar em paz sobre a palavra porque de fato ela veio de Deus. Sou eu a pessoa a quem a palavra se dirigiu.”

“Sou eu a pessoa nesses termos a qual a palavra mencionou.”
“Sou eu quem disse que até um pecador de morte é mais feliz do que eu porque não tinha que dar satisfação a Deus”.

E aí comecei a chorar e dizer:

“Mas eu quero ainda servir a Deus. Eu não quero que Ele tire de mim suas promessas. Não quero que Ele tire de mim sua presença...”

E nesse momento a promessa de falar em novas línguas se manifestou em mim e eu já não conseguia pronunciar palavras em português.

Nesse momento todos ali presentes choravam e muitos manifestavam a promessa também. Foi aquele movimento que Deus falou que iria fazer até o fim do culto.

Posso dizer que saí dali tremendo e temendo a Deus e sabendo que muito eu teria que aprender ainda, o que de fato aconteceu na minha vida e que ainda estou aprendendo até os dias de hoje.

Com o tempo Deus me ensinou o seguinte: Existe uma enorme diferença entre o fardo colocado pelos homens e o fardo de Cristo Jesus.

Fala que eu não te escuto

http://apenas1.wordpress.com/2013/10/24/fala-que-eu-nao-te-escuto/

O Texto abaixo é de Maurício Zágari, conforme pode ser conferido no link acima!

“Uma pessoa disse-me algo um tempo atrás que me fez pensar profundamente. Ela reclamou que, quando conversávamos, eu me estendia demais nas minhas falas, o que, em resumo, tornava dialogar comigo muito chato e cansativo. “Por que você não pode ser como todo mundo, que fala um pouco, escuta um pouco…?”. Não pense que fiquei ofendido, muito pelo contrário. Foi boa a exortação. Diante da perspectiva de eu ser um chato, repetitivo e tagarela, alguém com quem dialogar é uma atividade incômoda, me pus a refletir muito sobre isso. Se preciso, renovaria minha mente, seguindo o conselho de Paulo. Minha conclusão é que ela tem razão: eu não sou como todo mundo nesse sentido, porque o meu conceito sobre diálogo é bem diferente do que prevalece majoritariamente na nossa sociedade. Pois formei a minha maneira de me expressar e dialogar essencialmente a partir de certos tipos de leituras realizadas desde a primeira infância e pela convivência com uma família (em especial minha mãe e meu irmão) que tem por hábito expor seu pensamento à moda antiga. E, por tabela, no meio de minha reflexão, cheguei à conclusão que a forma com que estamos habituados a conversar acaba influenciando absurdamente nossa relação com Deus. Sabendo que vivemos numa sociedade relacional e que nossa fé exige relacionamento, esse assunto não concerne só a mim, mas a todos nós. Para expor minhas reflexões, terei de desenvolver um raciocínio a partir do pensamento filosófico. Mas vamos por partes e devagar.
Meu conceito de diálogo é velho, ultrapassado, totalmente fora de moda – eu reconheço. É baseado na antiga forma de se conversar, e põe antiga nisso. Se você lê livros como “A República”, de Platão, vê nitidamente como transcorriam as falas nas sociedades que nortearam a construção da civilização em que vivemos. Na Grécia antiga, berço da filosofia que influenciou absolutamente tudo no nosso mundo atual, as pessoas apresentavam seuspensamentos em exposições nada curtas. Eram falas com começo, meio e fim, um encadeamento de ideias necessário para conduzir quem ouvia do ponto inicial até o ponto em que se desejava chegar. Ia-se do “A” ao “Z” percorrendo todas as letras. Tendo dito o que era necessário (e a que os demais escutavam atentamente), passava-se a vez para o outro, que pegaria tudo o que ouviu e elaboraria em cima. É o que se chama “dialética”. Não é à toa que a retórica era extremamente valorizada na cultura de Sócrates, Aristóteles e outros pilares do pensamento ocidental. É como funciona a maiêutica socrática (o método de diálogo de Sócrates). As pessoas de fato ouviam, atentas e interessadas. E, visto que ouviam, seus interlocutores conseguiam expor suas ideias sem pressa, em raciocínios bem elaborados e desenvolvidos. Falava-se com conteúdo. Ouvia-se com atenção. Aprofundava-se nos assuntos. Isso está claro em qualquer escrito daquela época (como em “Diálogos”, do mesmo Platão, que não recebeu esse nome a troco de nada). Não me admira que os gregos tenham sido o que foram: eles ouviam. Pensavam. E então respondiam. Sem pressa. Com conteúdo e solidez. Os diálogos eram tão extensos e bem embasados que uma única conversa ao redor de uma mesa rendia um livro (é o caso do já mencionado “A República”).
Pulemos cerca de 2.400 anos. Chegamos aos nossos dias, a era pós-moderna. Somos influenciados por uma filosofia chamada existencialismo, formulada no século 20 por pensadores como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, segundo a qual o indivíduo é a medida de todas as coisas. Em resumo, o existencialismo e a pós-modernidade põem o “eu” como ponto de partida para todo o resto. Importa é o que eu penso, a minha visão das coisas, cada um tem asua verdade… e por aí vai. Naturalmente, ao homem pós-moderno importa o que ele diz, muito mais do que o que o outro tem a dizer. Consequentemente, não temos muita paciência para ouvir.
Se você prestar atenção, a absoluta maioria das pessoas de nossa cultura só quer falar e não tem longanimidade, tempo ou vontade para escutar. Como alguém já disse, “as pessoas não ouvem mais, apenas esperam a sua vez de falar”. Então, a pós-modernidade conseguiu substituir a forma socrática de dialogar (paciente, atenta e interessada) por um jeito de conversar afobado, ensimesmado, sem paciência de ouvir, de frases curtas e rápidas. Dialogar deixou de ser um escutar para depois falar e tornou-se um ping-pong de ideias, que nos faz apenas raspar a superfície dos assuntos, uma vez que não há como se aprofundar em nada se você não consegue desenvolver um argumento do começo ao fim. Queremos o abecedário, mas quando chegamos à letra “E”, “F”, o outro já te interrompe, impaciente. Nunca conseguimos chegar ao “Z”. Logo, cria-se uma sociedade de relacionamentos superficiais, incompletos, distorcidos. Vivemos na tensão superficial da vida. Abandonamos as regiões abissais do ser.
Ou você acha que é à toa que twitter e Facebook fazem tanto sucesso? Ou você acha que é à toa que buscamos respostas teológicas sobre profundas questões espirituais em curtos posts de blogs em vez de em livros com 400 páginas? Ninguém mais tem paciência de ler textos longos. Queremos resolver nossas questões em 140 caracteres ou em uma foto com uma frase de efeito. Queremos conversar digitando em MSN e no What’s App da vida, pois aí as frases podem ser curtas, o “diálogo” é p/vc v q td tem q ser rápido. Sprfcial. Queremos encurtar, queremos rapidez.
Na antiga Grécia, as pessoas iam às ágoras (um tipo de anfiteatro), como o Areópago em que o apóstolo Paulo dialogou com os atenienses, onde expunham seus pensamentos por horas. Eram ouvidas. Os demais refletiam. Por fim respondiam. Naquela época isso era valorizado, encorajado. Hoje é impensável. Basta ver, por exemplo, os debates de candidatos à presidência na TV, em que futuros governantes de toda uma nação têm míseros segundos para expor toda uma proposta sobre como liderar a sociedade em determinada área – um total absurdo. Nosso diálogo tem de ser à velocidade da luz. Frases curtas sobre frases curtas. E acabamos nos entendendo mal e perdendo a profundidade das ideias.
Se as pregações de nossos pastores fossem, em vez de solilóquios, diálogos ao estilo de nossos dias… a igreja acabaria. Pois pregador nenhum conseguiria expor nada. O pensamento não fluiria. “O senhor está sendo repetitivo, pastor,  dá pra encurtar?” Se Jesus fosse dialogar, da forma que dialogamos hoje, no Sermão do Monte, por exemplo, ele não ocuparia três capítulos da Bíblia, mas três versículos. Fico imaginando o Senhor dizendo “Bem-aventurados os…” e seus interlocutores o interrompendo: “Ah, Jesus, como o senhor se estende! Não dá pra resumir não? Tá repetitivo, já falou um monte de vezes que tem gente bem-aventurada, vamos adiante, pode ser?”.
Nesse sentido, preciso fazer meu mea culpa: me considero um estranho a este mundo pós-moderno. Vejo o nosso modelo atual de diálogo como superficial e egoísta. Raso. Não ouvimos mais. Na verdade, não queremos ouvir, pois só queremos falar. Não nos interessamos por pensamentos desenvolvidos em minúcias, com pormenores, isso nos cansa. Queremos a superficialidade do tipo de conversa daqueles programas acéfalos de debate sobre futebol. Desejamos ideias prontas. Curtas. À la “Anda logo!”.
Sim, nesse sentido não sou como todo mundo. Apesar de todo e qualquer blogueiro com quem já conversei dizer que meus posts precisam ser mais curtos (porque o leitor “não tem paciência de ler textos longos”), eles nunca são. E, confesso, nunca serão. Pois preciso concatenar ideias, é um defeito meu. Não creio que um assunto como este que trato aqui possa ser desenvolvido com a profundidade e a lógica necessárias em três parágrafos. Se os filósofos gregos vivessem em nossos dias, a Filosofia não teria nem nascido, pois ninguém ouviria ninguém, ninguém refletiria e os pensamentos seriam, como são em esmagadora maioria hoje, meras repetições de algo que ouvimos. Não ponderamos. Não refletimos. Não dialogamos com profundidade.
E aqui chego ao aspecto cristão do tema. Estamos tão acostumados a só falar e não ter paciência para ouvir que com Deus isso não teria como ser diferente. Queremos dizer tudo a ele: nossas petições, nossas reclamações, nosso louvor, nossa adoração, nossas ideias, nossa maneira de achar como ele deveria agir e montes de outros “nosso”. Mas ouvir Deus? Como, se nem o próximo queremos ouvir? Se não temos paciência de escutar outros seres humanos, que dirá a voz do Senhor, que exige mergulho nas Escrituras, silêncio e contemplação. Tempo. Paciência. Não temos tempo nem longanimidade para dialogar com o Pai, afinal, o jogo de futebol já vai começar, está na hora da novela e tenho que dar minha passadinha diária no Facebook, onde gastarei horas vendo máscaras da vida alheia. Falamos, falamos, falamos, falamos… e Deus que resuma sua mensagem, pois não temos tempo a perder.
A cada dia que passa, me convenço mais e mais de que nasci na época errada. Gosto do modelo velho e ultrapassado de diálogo. Este modelo atual é horrível. Empobrece. E prejudica o grau de relacionamento e de intimidade que poderíamos ter com o próximo e com Deus. Tiago disse: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar” (Tg 1.19). Se você puder, fica a recomendação: ouça mais. E não só ouça: escute. Preste atenção. Sorva. Permita ao outro elaborar seus pensamentos sem pressa. E, só após absorver muito conteúdo, elabore em cima. Você vai encontrar raríssimas pessoas que dialogam dessa forma, então, se você abraçar esse modo ultrapassado de diálogo e relacionamento, acabará tendo um certo grau de frustração e, até mesmo, solidão. Mas, se você conseguir encontrar pessoas raras, que exerçam a antiga arte de dialogar no ritmo das estações do ano e não dos relógios de pulso, agarre-se a elas. Pois você verá como os teus relacionamentos se tornarão cada vez mais profundos.
E, até onde eu saiba, Deus não usa relógio, usa?
Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Mauricio”

Lendo esse texto do Maurício Zágari de seu blog (muito bom por sinal, com ótimas reflexões), pensei na seguinte réplica ou comentário:

Também penso como você!

Também já me disseram algo parecido. Um amigo de faculdade disse: “Silvio, você fala demais! Pronto falei”.

É que gosto sempre de dar um parecer completo, concatenado, explicando do porque desta ou daquela opinião!

Há certas perguntas cujas respostas podem surpreender. Então é necessário explicar como aquela conclusão foi obtida.

Quando minha filha pergunta qualquer coisa, pergunto: Você quer ouvir a resposta curta ou a longa! Se for a curta apenas digo o “finalmente de tudo”. Se ela questiona, replico: “Bom para responder isso com embasamento, a gente precisa contextualizar o assunto…” e daí segue minha explanação.

Por outro lado penso que, algumas vezes, nos tornamos “chatos” porque nem sempre as pessoas tem interesse de nos ouvir! Temos que ter o discernimento de quando nossos interlocutores estão dispostos. 

Devemos, inclusive, verificar se a pessoa tem tempo, e coisas nesse sentido.

Outro fato que devemos considerar é se não somos daqueles que, no contexto de um diálogo, vamos emendando um assunto no outro sem dar tempo do outro falar!

Sem perceber vamos fazendo um monólogo muitas vezes nos distanciando do tema original.
Como refletimos muito e sobre tudo cada palavra puxa na memória um assunto interessante (para nós) e vamos descortinando isso na frente de nosso ouvinte que nem sempre gosta dos assuntos “acessórios” que vamos trazendo.

Digo tudo isso porque percebi isso em mim!

Minha esposa e filhas dizem isso…rsrsrs (menos minha mãe que me escuta com muita atenção…, mas mãe é mãe, não é?!), já ouvi isso de amigos e pensei: “Ou todo mundo é ruim de conversa mesmo ou eu mesmo, muitas vezes, sou muito prolixo”.

Se apenas olharmos para o mundo e dissermos que ele está mudado podemos cair na armadilha de, ao invés de aperfeiçoarmos nossa forma de conversar, ficarmos fechados em nossa própria razão! Não que, de fato, hoje é difícil encontrar quem queira uma conversa séria, mas penso que temos que ponderar e ver se é como enxergamos ou se temos que mudar algo. Não tudo, mas algo para ajuste racional, consciente e para maturidade.

Afinal “desgostamos” da conversa fútil, a toa, supérflua, pois tudo para “gente como a gente” tem que ser profundo! Todavia nem todos tem essa jeito de ser.

Acredito que temos que procurar o ponto de equilíbrio buscando ao máximo identificar que tipo de ouvinte temos e nos policiar para não divagar em várias áreas, desfocando daquilo que realmente interessa no momento!
Abs!
Sirvo