O homem é livre
Livre para caminhar
Livre em sua vontade
Livre para sonhar
E sonhando, ele imagina
Pensa, sente, raciocina
Quer satisfazer-se a qualquer modo
E desse modo ele busca...
Busca preencher sua curiosidade
Busca responder a sua ansiedade...
Se ele soubesse que não conseguiria
Que ainda que tentasse erraria
Ficaria parado e sem saber aonde ir
Convicto de que nada sabia
Somente assim encontrar-se-ia.
Mas não é assim, o homem tenta
Preenche-se de tudo e o que não sabe inventa
Em cada tentativa, uma experiência
As experiências enganam, assim como a aparência
E em uma dessas, o homem fica
E ficando torna a experimentar
Seu estado de procura modifica
E certo de que está certo, torna a errar.
O que homem que era livre
Agora não o é
E escravo de sua experiência
Só sabe experimentar
Diz ter consciência do que faz
Mas seu íntimo lhe dismente
Sabe não conseguir voltar atrás
Nem tão pouco seguir em frente
Óh triste estado de escravidão
Que angustia tão pobre homem
Que limita e corrompe sua vida
Afogando-a e tornando-a esquecida
Que em sofrimentos se consome
Óh triste estado de escuridão
Que se encontra todo o homem
Que da vida o sabor só queria
Mas escravo de um vício se vicia
E viciado então morre.
Se ao menos não quisesse
Sendo livre, se preencher
Se ao estar vazio admitisse
Necessitado de grande ajuda
Maravilhado veria acontecer
A transformação de fato muda
No seu interior brotaria
O homem livre para viver
A liberdade de criatura
Que do Criador recebe vida
De seu nada teria fartura
Sua tragédia seria esquecida
Das trevas veria a luz
Não havendo mais indício
Que esse homem marcado por tal cruz
Fora um dia, escravo do vício.
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