quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

TESTEMUNHO - Relato que li de irmãos em Cristo

Copiei e colei:
Um culto dificílimo no Km. 21. Vila municipal Carapicuíba, quando ainda era no meio da favela, Houve um problema neste culto, tinha tudo para dar errado, mas Deus tomou um caminho e no fim tudo deu certo. O culto transcorria normalmente, mas o pivô do problema foi um jovem que na simplicidade, sendo novo de caminho começou a testemunhar falando na gíria e contando coisas que não edificavam, e a igreja percebia que o moço era sincero no que dizia, mas a forma como se expressava estava matando a comunhão do culto, porque dizia coisas como "... eu agradeço a Deus que Deus me chamou, e eu roubava e eu era o chefe da quadrilha e os outros bandidos gostavam de mim porque os meus planos davam certos, a gente roubava, e trocava tiro com a polícia e quando a polícia me pegava me dava porrada..." e a igreja clamando o sangue do Senhor e o irmão Ademar, cooperador da igreja que estava na presidência foi perto do moço e falou alto: Irmão vai sentar. Fala Deus seja Louvado e vai sentar. O moço abaixou a cabeça, falou "Deus seja louvado" e sentou sem concluir o testemunho. E continuou aquele peso na igreja e ainda estava na hora da testemunhança. A igreja em silêncio, não dava uma glória, o irmão Ademar na presidência sério, com o semblante tenso, e o moço cabisbaixo e boa parte da igreja tinham aquele moço como culpado por o culto ter ficado com aquele peso.
Aí levantou um moço para testemunhar, um moço virtuoso, eloqüente, revestido e muito considerado pela irmandade. Aquele moço testemunhou dizendo que também veio de um lugar terrível, que também dava trabalho para as autoridades, mas contou de um jeito que retornou uma boa parte da comunhão na igreja, mas, no final do testemunho ele falou assim: E agora, igreja, eu poderia pedir para a igreja orar por mim, mas em vez disso eu peço para toda a igreja orar por esse moço que acabou de testemunhar, porque eu sei o que é vir de um lugar terrível, e sem compreensão, amor e oração não podemos permanecer, por isso eu peço que quem for orar por mim ore por esse moço e será a mesma coisa que ter orado por mim. Deus seja louvado. E foi sentar. Falou num tom rude no final da testemunhança, com o semblante fechado e, ainda que não fosse à intenção, pareceu que jogou metade da igreja contra o irmão que estava na presidência e aí o culto conseguiu ficar mais pesado ainda e a igreja ficou dividida: não se ouvia um glória e boa parte da igreja ficou de cara feia olhando para o irmão na presidência.
Bem, faltavam poucos minutos para acabar o horário da testemunhança e um terceiro moço levantou correndo e testemunhou dessa maneira: Agradeço a Deus que eu era hippie, não conhecia a Deus, andava sujo, rasgado, cabeludo, cheio de correntes e pedaços de couro e arame amarrado no meu corpo, às vezes ficava vinte a trinta dias sem tomar banho e quando vestia uma roupa nova ou uma roupa limpa, me sentia mal, tinha que primeiro esfregar a roupa no chão e rasgar que de outra forma não me sentia bem, havia abandonado minha família e os estudos, dormia em bancos de praça e em portas de bar e achava que tinha amigos, mas aqueles que eu chamava de amigos me levavam para a perdição. Lá no centro de Santo amaro, nos bares que eu freqüentava exatamente do outro lado da rua havia uma igreja da congregação Cristã no Brasil. E quantas vezes eu estava ali, na porta dos bares, e eu via quando se abriam os portões da igreja do outro lado da rua e eu olhava aqueles moços que começavam a chegar vestidos em seus termos e eu sabia que aquele povo era chamado de louco, de ignorante, mas eu olhava para o lado da rua em que eu me encontrava e eu via moços bêbados, drogados, muito com passagem na polícia e alguns que já haviam perdido a mente por causa de drogas e eu olhava novamente para o outro lado da rua e via aquelas moças chegando com seus cabelos compridos e saias e vestidos e eu sabia que aquelas moças eram chamadas de atrasadas, e então eu olhava para o lado da rua que eu me encontrava e via moças de calça cumprida e cabelos cortados, sentadas na calçada, bêbadas e drogadas, algumas vomitando e muitas delas já mães solteiras, quem nem a família e nem quem tinha enganado não queria mais, e aí eu olhava para o outro lado da rua e via os moços chegando com um estojo de um instrumento na mão e eu olhava para a minha mão e via uma garrafa de bebida e sabia que tinha droga dentro do meu tênis.
A ali, da onde eu estava eu ainda tinha que ouvir quando começavam a tocar os hinos e eu tinha vontade de atravessar a rua correndo e entrar naquela igreja, mas parecia que o outro lado da rua era tão distante e que eu nunca poderia chegar ali. E então eu pensava assim: "Talvez até o caminho da verdade seja aí, mas eu tenho certeza que nunca vou conseguir colocar os meus pés aí dentro. Mas um dia eu estava dentro de um ônibus, sujo, rasgado e cabeludo, estava indo para o centro de Santo Amaro para me drogar, e ia me sentindo tão pequeno e indigno de pedir a ajuda de Deus e virei o meu rosto pra cima e dentro do meu coração eu falei "É, Deus... Eu "não tenho força nem pra te pedir perdão..." e naquela hora Deus desceu com a sua presença dentro daquele ônibus, tocou na minha alma e me deu a virtude do seu espírito. Comecei a chorar sem entender aquilo que estava sentindo, mas sei dizer que, quase duas horas chorando chegou o final do itinerário daquele ônibus, comecei a andar pelas ruas, as lagrimas correndo no rosto, entrava numa rua, saia em outra rua, e de repente entrei numa rua que no final havia uma igreja da congregação cristã no Brasil, estava tendo culto naquela igreja, a igreja estava acesa, então fui andando, arrastando os meus pés no chão, as lagrimas correndo no rosto, arrancando colar, arrancando pulseiras e jogando fora, pegando maço de cigarros rasgando no meio e jogando fora e perguntando pra mim mesmo o que eu vou fazer nesse lugar? Mesmo se Deus estiver aí eu não mereço que ele faça nada por mim, mas cheguei naquela igreja, passei no meio de dois porteiros assustados e sentei no ultimo banco perguntando: o que eu to fazendo neste lugar, e a igreja lotada, muitos de pé no corredor, não dava para me ver lá atrás,
Mas quando chegou à hora da palavra Deus levantou o seu ungido e pela Palavra falou: "Olha, moço, tu viestes aqui dentro hoje? Não fostes tu quem viestes, mas o Meu braço que te trouxe! E a partir de hoje eu começo uma obra na tua vida, eu vou te mudar, eu vou te transformar, e quem te ver passar na rua não vai mais te conhecer, porque a porta que Eu abro ninguém fecha e a porta que eu fecho ninguém abre; hoje eu fecho as porta do inferno na tua vida e abro a porta da minha salvação! E eu ali assustado, de olho arregalado, não sabia se levantava, se sentava, se saia correndo, quando terminou o culto fui lá na frente conversar com aquele homem que pregou e alguns irmãos até me davam a mão para me saudar mas quando viam o meu estado se assustavam e subiam para o lados dos bancos então o povo foi abrindo caminho naquele corredor e cheguei la na frente e o mesmo ancião que Deus havia se usado com a palavra estava de costas conversando com um músico, eu bati suave as mãos nas suas costas e falei com educação: Escuta, o senhor sabia que eu tava sentado lá atrás? Quando ele virou e viu o meu estado se assustou, deu um passo prá trás e falou "Não! Não! O que ta acontecendo?"Então falei Não é nada do que o Senhor está pensando, mas é que até o que eu vim pensando no caminho foi falado aqui dentro, De onde o senhor conhece a minha vida? Aí o semblante daquele homem mudou, ele perdeu o medo, deu um sorriso bem bonito pra mim, me abraçou e falou: Olha moço, vai vindo na casa de Deus, porque a obra que Ele começou na sua vida Ele mesmo vai completar! E saindo daquele culto naquele dia não perguntaram o meu nome, não me deram folheto e nem pediram para eu fazer cursinho para me batizar, mas eu agradeço a Deus porque na obra do Espírito Santo o próprio Espírito Santo trabalha na nossa vida e se cumpre a tua palavra: "Quando Ouvirdes aminha voz vinde como estás e eu voz libertarei!",
E assim agradeço a Deus porque Ele tem completado a sua obra de amor, me chamou na tua graça e tem colocado dentro do meu coração a esperança da vida Eterna!"E ali, irmãos, nesse momento do testemunho na igreja da Vila Municipal, Carapicuíba, pareciam que a igreja estava anestesiada, que já não se lembrava do peso que houve dentro da igreja, mas mesmo assim, no final do testemunho daquele moço, aconteceu algo que alguns podem dizer que foi um trabalho de psicologia ou uma coincidencia, mas eu, na minha simplicidade, considero que foi uma abordagem dirigida pelo próprio espírito de Deus para salvar aquele culto, porque Deus guiou o moço na conclusão do testemunho desta maneira:
"E assim cara irmandade, eu agradeço a Deus por essa família que ele me tem preparado. Quando eu tava no mundo eu pensava que tinha amigos mas só me levavam para o abismo. Mas aqui dentro da graça eu encontrei amigos verdadeiros que tem me ajudado e principalmente me suportado na minha falta de entendimento, porque , sinceramente irmãos, a vontade de servir a Deus eu tenho, é muito grande, mas sou meio tapado, a minha inteligência é pequena! Quantas vezes mesmo com desejo sincero de servir a Deus eu queria glorificá-lo mas não sabia, as vezes até entristecia os irmãos por não saber me expressar, trazia comigo ainda expressões e gírias do mundo, e houve dias, em que, assim como aconteceu com o moço que testemunhou nessa noite, foi necessário o irmão que presidia me mandar sentar porque eu não sabia me expressar direito, por que nós sabemos, não é irmãos? Está escrito: aquele que preside presida com cuidado, e nós sabemos que o atalaia, aquele que está na frente do povo é responsável por velar pela comunhão da igreja! Então um irmão um dia me repreendeu de cima do púlpito e me mandou sentar mas depois, no final do culto, o próprio irmão que me mandou sentar me abraçou e me beijou e me aconselhou com amor, e junto com a paciência da irmandade, ainda que eu sou cabeça dura, todos tem me suportado e vem me ensinando a servir a Deus. Mas eu confesso: não sou muitos experto! Preciso que a irmandade continue tendo paciência comigo, mas se o amor e a paciência da irmandade não esfriar e o dom de perdoar não acabar, esse amor vai me impulsionar e me levar para o céu, que é o lugar aonde tanto eu desejo ir. Agradeço a Deus por essa força. Deus seja Louvado."
Irmãos, seguiram-se ali quase dez minutos de manifestação da promessa dentro da igreja. Havia naquele momento um sentimento só: Caridade de Deus. Pois antes do testemunho daquele ultimo moço a igreja estava dividida, uns estavam contra o moço que testemunhou primeiro e outros estavam contra o cooperador que mandou sentar. Mas naquele, momento quando Deus nos visitava, nós sentimos como se as próprias asas da caridade viessem nos cobrir. Ora, porventura a caridade não é isso? Colocar-nos no lugar do nosso próximo? O irmãozinho que errou no testemunho sentiu o amor da igreja e reconheceu que não soube se expressar, o cooperador foi severo pelo zelo, mas sentiu a compreensão da igreja e se colocou no lugar do moço, e a igreja se pos no seu lugar que é amar, porque muitas vezes toma partido, mas ela própria também é responsável pela comunhão, e quando ela soube amar o moço e amar o servo que presidia, apiedando-se do novo que deve ser amado e suportado e apiedando-se do servo que preside que deve ser ajudado, houve a química perfeita para que o próprio Deus viesse e raiasse a Sua Luz como um Sol dentro daquela igreja. A Palavra exortada foi indescritível, não dá nem pra lembrar, mas falava de vitória, caridade, amor. Lembro-me dos irmãos se saldando. Todo mundo abraçava o moço novo de caminho rindo e chorando e profetizando pra Ele "Fica firme, Deus te Ama muito, Deus vai te lapidar!". A igreja abraçava o cooperador chorando e beijando ele como se tivessem pedindo perdão por, na hora difícil, em vez de ajudá-lo na comunhão terem se portado como juízes.
Todos que abraçavam ele choravam. E eu lembro muito bem quando o irmão Ademar (cooperador) saudou aquele irmão que testemunhou por último e, sem ao menos perguntar de onde ele era, onde era a sua comum, foi falando logo assim: "A Paz de Deus, meu irmão, tudo o que Deus te mandar fazer nessa igreja faça. Se Deus te mandar orar você ora, Se Deus te mandar pregar você prega, Se Deus te mandar atender o culto você atende, faça tudo o que Deus te der. A casa é sua. Deus te abençoe". Ah, se desse para voltar no tempo e estar de novo naquele culto! Mas houve outros, iguais ou mais terríveis.

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