Prezados colegas,
Hoje temos constatado uma situação triste: a sociedade não está rejeitando a espiritualidade mas sim o cristianismo.
Quando falo em cristianismo falo do fenômeno histórico denominado cristianismo sendo uma concepção, infelizmente, deturpada do “seguimento das palavras de Jesus Cristo”.
Para tanto basta hoje em dia, qualquer pessoa ler a Bíblia, em específico os 4 primeiros livros do Novo Testamento, para verificar que aquilo que é chamado “cristianismo” na atualidade se desviou totalmente dos ensinos de Cristo.
Façam um teste e leiam o primeiro livro do Novo Testamento – Mateus – nos capítulos 5, 6 e 7. Depois de ler, olhe a sua volta e veja os movimentos atuais que se dizem cristãos. Faça uma comparação entre aquilo que Jesus disse com aquilo que está sendo anunciado hoje.
Isto posto quero lhes contar uma história, antes porém, fixando alguns pontos que julgo importante para entender o que quero dizer:
a) acredito em Jesus Cristo e em toda sua mensagem conforme relatam os primeiros quatro livros do Novo Testamento;
b) acredito também em Deus e que ainda hoje se manifesta aos seres humanos, de modos naturais como também de modo sobrenaturais. Usando de circunstâncias e também de pessoas;
c) acredito que Jesus Cristo, através de seu sacrifício na cruz, nos deu o direito de sermos adotados como Filhos de Deus, tão somente creiamos e sigamos suas palavras.
Essa é minha crença básica.
Assim passo a ilustrar uma bonita história acontecida aqui em nossa cidade.
Tenho um irmão na fé (ou seja que também crê em Jesus Cristo conforme expus acima) e que durante sua vida teve um encontro pessoal com Deus. Esse encontro pessoal é um marco importante na vida daquele que segue ao Senhor. Encontrar a Deus “pessoalmente” é uma experiência aberta a todos, DESDE que se queira de todo o coração. Bom, o encontro com Deus muda nosso interior e nossa crença. Acreditar em Deus pelo que os outros nos contam é uma coisa. Acreditar em Deus depois de uma experiência própria com Ele é outra. Uma coisa é ouvir falar de Deus. Outra é ter uma experiência (seja ela qual for) que nos aproxime Dele como alguém real.
Ora, esse irmão na fé aqui de São Roque, assim como eu, teve sua experiência de encontro com Deus. Isso marcou sua vida.
Todavia o encontro com Deus nos assegura claramente de sua presença real, contudo não nos isenta de continuarmos sujeitos a tudo.
Quero dizer, por nosso livre arbítrio podemos continuar escolhendo entre o bem e o mal.
Nosso encontro com Deus tem que ser cultivado. É aquilo que as pessoas chamam de comunhão. Devemos estar atentos a voz de Deus em nosso coração e buscarmos sua presença. Não basta apenas encontrar com Deus, é necessário cultivar esse encontro para que ele se perpetue.
Ora, esse meu irmão na fé viu milagres de Deus ao seu redor. Mesmo assim, pelos espinhos da vida foi se afastando de Deus. Sua comunicação com o Senhor foi se enfraquecendo e esse irmão foi se distanciando do Senhor.
E com isso ele se envolveu com más companhias o que levou a ser preso.
Aquilo que antes era tão bonito se desfez como névoa.
Aquilo que era tão belo foi se desfazendo com fumaça ao vento.
Aquilo que era um encontro real com Deus se tornou uma lembrança saudosa e dolorida.
Sim, esse meu irmão de fé errou. Se desviou do alvo. Andou por caminhos que não deveria. Ele sabia que estava errado mas quando caiu em si, já estava muito longe dos caminhos e ensinos de Deus.
Bom, ele foi para a cadeia!
Ele sofreu muito lá.
É óbvio, todos sabemos que a cadeia é um lugar terrível. Ficar lá por alguns anos deve ser horrível mesmo.
E assim passou lá meu irmão na fé.
Depois de ter cumprido sua pena, saiu de volta para a vida normal.
Mas havia um grande vazio em sua alma. Ele sabia que havia errado, mas sua dor maior era se sentir longe de Deus e sem perdão.
Pausa 1:
Você já se sentiu sem condições de ser perdoado?
Você já carregou uma culpa interna que lhe maltrata dia após dia?
Você já teve a consciência de que errou, mas gostaria muito de não ter errado?
Bom, esse meu irmão na fé estava passando por isso e sentindo todo o peso de ter “perdido um amigo, um companheiro”.
Sim, após nos encontrarmos com Deus, Ele se torna como um amigo próximo. Fazer algo que nos faz sentir longe Dele é muito ruim. Sentir que podemos ficar “sem perdão” é horrível.
Assim esse meu irmão na fé resolveu ir até a igreja. Só que aqui na região todos o conheciam. Muitos, obviamente, iriam já recriminá-lo. Muitos o taxariam como um excluído. Por isso, já prevendo de antemão os comentários, os olhares, os julgamentos, ele foi numa igreja fora de nossa região, onde ninguém o conhecia.
Pausa 2:
Existe um trecho no Novo Testamento que fala sobre o culto feito em alguma igreja que segue a Jesus Cristo.
Esse trecho diz que se alguém entrar no meio do culto e houver uma pessoa usada por Deus lá anunciando a palavra do Senhor, os segredos do coração desse que entrou serão revelados e ele saberá que ali Deus verdadeiramente está falando. (I Coríntios 14,24 e 25).
Em resumo esse trecho bíblico diz que se alguém entrar numa igreja e nessa igreja Deus de fato estiver lá, os segredos dessa pessoa serão revelados e essa pessoa saberá que Deus de fato falou com ela.
Seguindo então, esse meu irmão na fé foi até uma igreja longe daqui da cidade, onde ninguém o conhecia e fez o seguinte propósito com Deus:
“Senhor, sei que errei muito e me desviei dos seus caminhos. Sofri muito estando longe do Senhor. Também não quero voltar na igreja sendo rejeitado pelo Senhor. Não quero ocupar o lugar de alguém que de fato mereça. Assim não quero estar lá na igreja se o Senhor de fato não me quiser mais.
Se o Senhor ainda me ama, fala comigo neste culto.
Se o Senhor ainda me quer como filho, fala comigo.
E vou lhe pedir um sinal. Para que eu não confunda, gostaria que o Senhor falasse meu nome e desse modo entenderei que ainda sou Teu”.
Essa foi a oração feita em pensamento por meu irmão na fé.
Naquele dia ele entrou na igreja, se sentou no meio da orquestra da igreja, mesmo não sendo músico.
Durante o culto, no momento da pregação da palavra de Deus, o dirigente do culto sentiu a inspiração vinda de Deus. E assim, como que tomado por Deus, disse essas palavras:
“Meu filho você entrou aqui dentro hoje e a muito tempo você esteve longe dos meus caminhos. Você fez coisas que não deveria fazer e recebeu a recompensa por seus atos. Você se afastou de mim e hoje você volta aqui para saber se lhe aceito de volta. E para isso você tentou até disfarçar e foi sentar no meio da orquestra, mesmo não sendo músico. E para ter certeza de que lhe amo você pediu para eu dizer seu nome. Por isso lhe digo: Rogério ainda amo sua alma e tenha certeza de que ainda é meu filho, que lhe perdôo os erros e quero você junto a mim”.
Meu irmão na fé (mudei o nome para Rogério pois alguns o podem conhecer aqui na cidade), ficou radiante de alegria. Chorou muito como se tivesse recebido um abraço apertado de um pai que a muito não via. E assim, mesmo tendo passado um tempo preso recebeu de Deus um novo emprego e pode recomeçar sua vida. O mais importante de tudo é que após tudo isso está de novo em comunhão com Deus buscando novamente andar nos passos de Jesus Cristo.
Compartilhei isso com vocês pois achei muito bonito.
Falei do “cristianismo” deturpado dos dias de hoje, mas contei essa história verdadeira para ilustrar que Deus, apesar do que fizeram de sua mensagem no mundo, ainda fala com aqueles que sinceramente o buscam.
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