domingo, 13 de fevereiro de 2011

Super Crente versus Crente provado

Hoje em dia temos visto dois extremos no campo da fé.

De um lado temos os “super-crentes”, aqueles que foram instruídos que os que crêem em Deus não pode admitir, sequer incorrer, em fracasso, derrota, enfermidade, falta de dinheiro, etc.

Do outro lado temos os “crente-provados”, aqueles que foram instruídos que os que crêem em Deus têm que viver em constante “prova” para poderem ser aprovados por Deus. Como se ao se tornarem crentes em Deus, todo o universo conspirasse contra eles.

Os primeiros seguem a corrente da teologia da prosperidade.
Os segundos... bons, os segundos ao invés de seguirem, se acham perseguidos.

Aqueles, ao “aceitarem Jesus”, têm a orientação de que o nome de Jesus é uma palavra mágica, e segundo ela devem determinar tudo: a vitória, a saúde, o dinheiro farto, o sucesso.

Estes, ao “aceitarem Jesus”, aprendem que ao crer em Jesus, toda sorte de “coisas ruins” virá sobre eles, a fim de fazê-los desistir de Deus, ao que têm que resistir bravamente.

Os super-crentes sabem que em Cristo são vencedores mas se vêem em constante luta contra as forças do mal, tendo que a todo momento lembrar e determinar que já são vencedores. Não enxergam a vida como algo natural e normal, mas uma conspiração do universo do qual não podem aceitar a vida como ela se apresenta.

Os crentes-provados sabem que em Cristo são vencedores mas se vêem em constante luta contra as forças do mal, tendo que a todo momento temer que poderão ser derrubados da presença de Deus. Não enxergam a vida como algo natural e normal, mas uma conspiração do universo que a qualquer momento poderá subjulgá-los.

Bom... Meu objetivo aqui não é aprofundar esses dois extremos. Não é defender um lado ou outro. Não é atacar quem se sente bem vivendo em um desses dois pólos. Não é desmistificar a fé de ninguém.

Meu intuito é outro.

Meu propósito é convidar você a uma análise.

Será que você já não foi vítima dessas de uma dessas duas linhas de pensamento?

Não como algo que lhe fez bem, mas como algo que lhe tem feito mal. Muito mal.

Mas como assim?

Os super-crentes vivem a tal ponto condicionados que tem que “determinar” tudo. E se não conseguem sempre o sucesso, a vitória, a felicidade, o ganho, o lucro... se frustam... e se escondem pois não podem demonstrar a seus irmãos que não são tão “supers” assim. E se sentem diminuídos pois acham que há alguma coisa erradas com sua fé.

Os crentes-provados vivem a tal ponto condicionados que acabam criando uma atmosfera de terror a volta de si mesmos. Temem a tudo pois sabem que por serem “fracos e errantes” estão cada vez mais sujeitos às forças do mal. E por assim se sentirem vivem num estado de atenção nervosa e acabam crendo quase que de forma certa na sua derrota.

Se você sentiu isso como sendo uma parte do seu cotidiano, convido você a descansar na Graça de Deus. Sim, descansar em Jesus Cristo. Descansar, sabendo que a vida segue sua normalidade. E que normalidade é essa?

Aquela que diz que o sol nasce sobre os justos e os injustos.
Aquela que diz que a chuva regra toda a terra.
Aquela coisa normal chamada vida. Onde vivem justos e injustos. Onde morrem justos e injustos.
Onde a enfermidade vem sobre o bom e sobre o não tão bom assim.
Onde a infortúnio e o insucesso pode bater a porta de qualquer um...

Mas não somos “crentes”... não somos “servos de Deus”....

Então convido a você a ler Eclesiastes. Leia do começo ao fim. E veja que o escritor bíblico diz que nem sempre via a justiça sobre a terra. E que nem tudo ocorre segundo nossa visão de justiça. Talvez seja dizer, até como um conforto para todos, que a vida segue sua casualidade e que tudo pode acontecer com todos...e com todos de modo normal e natural.

E nessa normalidade é que Deus nos chamou a viver. Nessa vida que segue seu curso natural é que somos convidados a viver. Ainda neste mundo. Ainda nesta vida.

E viver nessa vida é estar sujeito a tudo a que todos estão.
Deus nos convida a crer.
E crer para poder descansar.

Não somos chamados a nunca cair, afinal somos falhos.
Não somos convidados a viver com medo, como se o mundo fosse nos engolir.
Não somos chamados a nunca mais enfermar, pois até Timóteo tinha suas constantes enfermidades no estômago.
Não somos chamados a esperar sempre uma enfermidade para nos provar, como se Deus precisasse fazer alguma coisa para descobrir outra. Ou como se Deus fosse sádico a espera de ver até onde resistimos.
Somos convidados a viver a vida como ela se apresenta.
Seja na fartura como na fome.
Seja com roupas finas ou com roupas surradas.
Seja na saúde como na doença.
Seja na liberdade como na prisão.

Mas somos convidados a crer.
E crer para descansar.

Sabendo que é em nossa fraqueza que somos fortes – para que ninguém em si mesmo possa se gloriar, pois a Graça de Deus nos basta.

Sabendo que habitamos ainda num corpo corruptível que muitas vezes deixamos de fazer o bem que queremos para fazermos o mal que não queremos.
Como num grito a dizer: Quem poderá nos livrar desse corpo mortífero? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo!

Pois somos convidados a crer.
E crer para poder descansar.

Crer no grito triunfante de Jesus: Tudo está consumado! E se tudo está consumado, tudo já está pago. E Ele nos convida a crer. Crer na boa nova.

Quantos hoje, que ao invés de crerem na boa nova são convidados a viver um conjunto de regras. São convidados a viver num constante “positivismo” ou num constante “terrorismo”, onde ambos se tornam fardos.

A Boa Nova que deve ser anunciado é que tudo está pago.
É que crendo NEle recebemos a justificação.
É saber que NEle está garantida a vida.

A Boa Nova é que somos convidados a crer e descansar que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.... mesmo que, aos nossos olhos, não entendamos.

É crer para poder descansar na confiança de que Deus nos ama e nos quer para si, e estava reconciliando o mundo a seu reino em Cristo.

É confiar para poder descansar de que, ainda que existam adversidades, Ele está conosco.
É confiar para poder descansar de que, ainda que surjam enfermidades, Ele nos acalenta.
É confiar e descansar, mesmo em meio a tempestades, fome, nudez, guerra, prisões, calúnias, etc.

A Boa Nova é um convite ao descanso, pois estamos certos de que em todas essas coisas somos mais do que vencedores.

Isto é, mesmo frente a tudo que é parte de casualidade da vida, temos nossa mais que vitória.

Pois descansando NEle, saberemos que nem mesmo a morte, os poderes, a altura,  a profundidade, a fome, a nudez, a espada, o presente e o porvir, NADA poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus Nosso Senhor.

Por tudo isso meu irmão, saiba que você ainda é humano.
Por tudo isso meu irmão, saiba que a vida continua como sempre.
Por tudo isso, saiba que o justo peca sete vez por dia e que TODOS pecaram e estão carentes da Graça de Deus.

Por tudo isso saiba, meu querido irmão, continuamos os homens falhos de sempre, mas convidados a confiar Naquele que nos chamou e descansar.

Então caro irmão, medite e confie! Ele já venceu por nós. Mas ainda continuamos nessa nossa vida, agora porém, com um alento. Ele já venceu por nós e nos convida a descansar em sua Graça, nesse favor imerecido que recebemos tão somente creiamos nessa ato de amor de Deus para conosco, consumado no madeiro da Cruz.

Dedico este texto a todos meus irmãos que já estão cansados das “teologias” de sempre, convidando-os ao descanso e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.


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