quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A justiça é cega, mas a Misericórdia tudo vê.


Já diz o ditado popular: “A justiça é cega”.
E ela é cega exatamente para não escolher a quem deve punir em especial.
Todos são iguais para ela.
Considera-se a venda nos olhos uma vantagem. Previne a discriminação e garante o julgamento imparcial.

Mas,... e quando os homens seqüestram a justiça.

Como assim?

Quando os homens se apoderam dela e se auto-intitulam seus donos como que “Únicos Juízes”.

Não falo da justiça em vigor num país soberano. Essa tem sua definição e aplicabilidade segundo os direitos e deveres de cada indivíduo, assegurados pela constituição de cada nação.

Falo antes do senso de justiça que cada homem julga ter.
Um tipo de justiça que acaba ficando refém dos conceitos e pré-conceitos de cada um.

Assim falo dessa “justiça seqüestrada” e seus auto proclamados “juízes-executores”.

A mesma justiça que, aos pés de Salomão, pedia que a criança fosse, de fato, dividida – “nem minha, nem sua!”

A mesma justiça que, aos pés de Jesus, queria apedrejar a adultera;

A mesma justiça que, aos pés do jovem fariseu Saulo, apedrejou a Estevão.

A mesma justiça que todos nós julgamos ter e que achamos que precisa ser executada!!!

O problema dessa nossa justiça cega é que ela só enxerga pelo nossos olhos.

E achamos que somos os defensores da Lei. 
Somos tão arrogantes que julgamos até que precisamos defender a Deus!

Sim, o pior tipo de justiça é aquela que atribuímos a Deus, quando na verdade estamos expressando apenas nosso senso falho de julgamento.

E quando nos tornamos “juízes-executores” promovemos apenas mais injustiça.

E por quê?

Porque simplesmente condenamos nos outros, coisas que também nos habitam.
Porque todos estamos sujeitos aos mesmos erros.
Porque somos imperfeitos enquanto vivemos em nossos corpos mortais.

Ora, se julgamos uns aos outros de forma imperfeita, imperfeita será nossa justiça, e, portanto falha. E se a balança é falha, a medida é incorreta. Não é equilibrada. É injusta.

Já disse Jesus Cristo, Nosso Senhor, que a nós não cabe fazer julgamento.

“Não julgueis, para que não sejais julgados, - porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” – Mateus 7,1-2

Somente Aquele que é Onisciente, Onipotente e Onipresente pode julgar com retidão. E mesmo assim disse Cristo Jesus:

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” – João 7,24
Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.” – João 8,15.

Reta justiça é aquela não julga segundo a natureza humana, e portanto, não permite que o homem condene o homem.

Justiça segundo a carne, é aquela do homem que se baseia em si mesmo para condenar o outro.

“Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.” – Tiago 2,13.

A misericórdia triunfa sobre o juízo.

Enquanto o juízo já decidiu pela condenação, a misericórdia absolve.

Pois o Senhor Deus:

Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniqüidades.” – Salmo 103,10.

Pois a justiça nos mandava justiçar, mas o Senhor se compadeceu e usou de misericórdia para conosco. Para que nós também usássemos de misericórdia para com os outros.

“Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.” – Salmo 103,14.

E por isso usa para conosco de misericórdia, pois Ele tudo vê, tudo conhece e sabe do que somos feitos.

E nos ensina a usar também de misericórdia, pois já disse Jesus:

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” – Mateus 5,7

E nos ensina:

“Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos“ – Oséias 6,6.

“Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” – Mateus 9,13.

“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” – Mateus 12,7.

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia” – Tiago 3,17.

Misericórdia é perdão!

Por isso usar de misericórdia é perdoar. Assim como queremos ser perdoados.

Pois a justiça cega manda justiçar, enquanto a Misericórdia que tudo vê, manda nos justificar.

E se somos justificados, por gratidão também deveríamos perdoar. Essa é justiça que provém da misericórdia.

A justiça é cega, mas a misericórdia tudo vê!

Um comentário:

  1. por todas as coisas eu sei Deus é Fiel.Rei Davi preferiu ser entregue nas mãos de Deus.

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