Perdoar não é eximir de culpa!
Perdoar é entender a culpa e usar de misericórdia.
Mas como entender a culpa?
Como entender a atitude do outro?
Muitas vezes a questão que surge é o porquê?
O que motivou aquela determinada ação?
O quê aquela ação significa?
O que ela quer dizer?
Há dois tipos de perdão.
O perdão maior é aquele que perdoa, mesmo quando ainda não há arrependimento. É o perdão daquele que diz: “Perdoa-os porque eles não sabem o que fazem!”
Mas o perdão mais comum é aquele que abraça o arrependido!
Errar com quem somos indiferentes quase não produz efeito algum em nós.
Errar com aqueles que estão a nossa volta, como parte de nós, é ferir a nós mesmos!
E a mensageira dessa ferida é a culpa.
A culpa que acompanha o ofensor dia após dia, hora após hora, minuto a minuto...
Como uma gota que cai, continuamente, na cabeça daquele que está na solitária, a culpa vai minando, atormentando, enlouquecendo...
Bendito seja o dia em que a ofensa vem à tona!
Toda ação que nos machuca é em si uma ofensa a nossa pessoa.
Duas pessoas são libertas quando a ofensa vem a tona, pois tanto o ofensor quanto o ofendido são trazidos a luz da verdade.
Embora haja libertação para o ofensor, maior é a dor do ofendido.
A alma machucada se vê traída, sem rumo, sem chão... Ao mesmo tempo que sente uma dor muito grande também sente uma revolta que cega. Os olhos são tomados pelas lágrimas de dor, de amargura, e um gosto ruim sobe a boca, dá um nó no estômago...
A alma ofendida cambaleia tendo ímpetos de fazer qualquer coisa.
E o ofensor nada pode fazer a não ser olhar até que toda dor possa ser absorvida pela outra alma... pois somente então poderá ouvir seu veredicto.
Nesta hora, o ofensor tem que se afastar do ofendido. Deve deixar a alma ferida se recompor, avaliar o que sobrou depois do terremoto.
Por fim é alma magoada quem definirá o rumo das coisas.
Buscar entender as circunstâncias que culminaram com aquele desenrolar dos fatos.
O ofensor terá suas explicações. Deverá explicar o que aconteceu.
Muitas vezes as razões não justificam, mas são essas mesmas razões que devem ser confrontadas para que não tornem a ser “razões para um novo erro”.
Ou seja, o que estava errado?
Todos devíamos ter os atos mais nobres, em todas as situações, para não ferirmos aqueles que amamos. Contudo nem sempre seguimos pelo caminho certo. Quando percebemos... algo que não era para ser, acaba sendo, e quando caímos em si notamos o quão encrencados estamos...
Quantos ofensores, lá no fundo, gostariam de nunca ter provocado qualquer dor nos seus amados.
Quantos ofensores dariam tudo para voltar ao ponto do início da mágoa!
Por isso o perdão é entender a culpa do outro e usar de misericórdia.
É entender que também erramos em muitos pontos e nesses pontos também queremos o perdão.
É entender que os momentos certos que passaram foram maiores que os momentos errados que nos magoaram.
É entender que toda uma história ainda pode ser uma bela história, pois somos nós as personagens e a história ainda não acabou!
O tempo não apaga as feridas, mas muda nosso foco para outras coisas!
Perdoar é seguir adiante, pois a vida pede assim!
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