domingo, 13 de fevereiro de 2011

RECEBI POR EMAIL: Perdoar – A mais alta conquista

É interessante notar como hoje em dia o perdão está deixando de ser somente um conceito religioso. Mesmo correntes dentro da psicologia estão valorizando a purificação da consciência mediante o reconhecimento das próprias faltas. E este é, sem dúvida, o primeiro passo para o perdão.

É evidente que existe uma dificuldade muito grande para perdoar. Em nível pessoal e coletivo, o comportamento do ser humano continua o mesmo. Grupos em guerra com outros grupos, indivíduos em crise contra indivíduos, marido contra mulher, pais contra filhos, filhos contra pais, pobres contra ricos, ricos contra pobres, religiões contra religiões.
E a tônica é sempre a mesma: Eu estou certo e eles estão errados. E se por acaso eu errei é porque “eles” me pressionaram demais... A culpa não é minha... É argumento dos opressores, dos terroristas, dos fanáticos... Do ser humano, enfim.

Para perdoar, às vezes pede-se um autêntico heroísmo e quem não é capaz disso arrisca de levar adiante as mágoas, quando não é ódio, até o fim da vida. Trata-se de situações muito tristes que, muitas vezes, chegam a dividir famílias que eram vistas como exemplo de unidade.
Na escola da vida não faltam oportunidades para perdoar, mas, para isso, pede-se uma grande abertura e uma disponibilidade total.
Um dia Pedro arriscou uma pergunta a Jesus, já respondida pelos rabinos da época, que admitiam no máximo de três ou, no limite, quatro perdões: “Mestre, quantas vezes tenho que perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu-lhe dizendo: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete!” (Mt 18, 21-22).
E para que não restasse dúvida alguma, Jesus contou a parábola do “devedor implacável”: aquele que, devendo muitíssimo ao seu rei e tendo sido perdoado, não soube ser misericordioso para com o companheiro que lhe devia pouca coisa.
Resultado: foi-lhe retirado o perdão. Assim Jesus conclui a parábola: “Eis como o Pai celeste agirá convosco, se cada um de vós não perdoar, de coração, ao seu irmão” (Mt 18,35).

Deus pede que a gente perdoe sempre. Custe o que custar. Tenhamos ou não razão! Trata-se de um gesto maravilhoso, divino, podemos dizer, já que só Deus, como afirma a Bíblia, perdoa e esquece, desde que não nos fechemos ao seu perdão.

Enquanto não formos misericordiosos, podemos pretender alcançar misericórdia? (cf. Mt 5,7)

Aos cristãos, Jesus fez mais uma recomendação: “Se estiveres para trazer a tua oferta para o altar, e ali lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só depois virás apresentar a tua oferta” (Mt 5,23-24).

Na prática, porém, vê-se que até em família, e nas próprias comunidades religiosas, é difícil “dar o braço a torcer”, tomar a iniciativa da reconciliação! E continuamos a “levar a nossa oferta diante do altar”, embora saibamos que nosso irmão/irmã tem “ alguma coisa” contra nós.

O julgamento é um grande bloqueio ao perdão.
Infelizmente, muitas vezes nós somos verdadeiras máquinas de julgar.
Aprendemos a julgar desde cedo, e continuamos a julgar tudo e a todos os que passam pela nossa frente e que não se ajustam ao “nosso mundinho”.

Infelizmente nós construímos um mundo particular, a nossa zona segura e confortável. Tudo o que sai dessa zona, que se diferencia disso, nos perturba, nos aborrece, nos faz mal.

É desagradável e humilhante reconhecer-se limitado. A questão é que o orgulho nos leva para a auto-suficiência, enquanto que, para praticar o perdão, tenho que abrir mão do meu direito de “estar certo” sempre e em todas as situações.
Disso parte a maldita mania de criticar e condenar os nossos irmãos que, sem dúvida, deveriam ser louvados e enaltecidos pelos inúmeros lados positivos que eles têm.

Sentir-se culpado e admitir o próprio erro pode ser fonte de equilíbrio e sinal de maturidade. Acontece porém que muitas vezes constatamos que não sabemos perdoar nem a nós próprios. Sentimos remorsos e sentimentos de culpa que angustiam nossa existência.

Mas, o que é este sentimento de culpa?
É uma tristeza, um mal estar por fatos errados acontecidos ao longo de nossa vida. É um sentimento de culpa que se resume nesta expressão: “Não deveria ter feito isto”. Diante disso, o indivíduo é inclinado a se julgar como um sujeito mau, ruim, errado, infiel, incoerente.

Nasce assim um sentimento de frustração e de culpa que vai corroendo por dentro, alimentando a tristeza, o fechamento e o mau humor.
Infelizmente, este complexo de culpa, longe de nos animar para o crescimento, na busca por grandes ideais de doação e serviço, faz-nos gastar energias em lamentações por aquilo que já ocorreu.

Perdoar a si mesmo é restabelecer a própria unidade interior.
O auto-perdão é um sim à vida.
O amor de Deus é maior que os nossos erros e pode transformá-los em novas perspectivas de vida e de esperanças.
Dez regras para dar fim ao ressentimento

PRIMEIRA: Quando alguém o magoa, ponha “iodo espiritual” na ferida, imediatamente. Isto é, ore (dialogue com Deus) sinceramente a respeito do que se passou. Se não fizer tal coisa, o ferimento swe inflamará.

SEGUNDA: Se o ressentimento o tornou duro em seus pensamentos, aplique o drenamento de agravos. Isto é, abra sua mente para deixar que os agravos se encaminhem para fora dela.

TERCEIRA: Faça isso desabafando o peso de suas queixas com um conselheiro de confiança, ou escreva uma carta à pessoa contra a qual tem ressentimento. Escreva mesmo tudo aquilo que falaria para a pessoa se fosse tirar satisfações. Depois, rasgue a carta e, com os pedaços de papel na mão,
ore a Deus por aquela pessoa, procurando perdoá-la.

QUARTA: Tome-se inteiramente consciente do mal que o ressentimento nos pode fazer, tornando-nos até doente. Pense nisso de cada vez que um pensamento de ódio lhe assaltar.

QUINTA: Não cesse de perdoar, tendo-o feito uma ou duas vezes. Faça isso, setenta vezes sete quatrocentas e noventa vezes, para ser literal.

SEXTA: Pensar em perdoar não é o bastante. Deve chegar a um momento específico em que dirá: “Com a ajuda de Deus eu agora perdôo (diga o nome da pessoa).”

SÉTIMA: Repita o Pai Nosso colocando nele o nome daquele que o ofendeu: “Perdoa-me minhas dívidas, assim como eu perdôo...

OITAVA: Ore pela outra pessoa, pedindo para ela bênçãos específicas, especialmente em relação a assuntos que previamente mais lhe aborreceram.

NONA: Fale de maneira bondosa e agradável, tão freqüentemente quanto possível, sobre a pessoa contra a qual mantém antagonismo.

DÉCIMA: Faça um estudo sincero dos fatores de personalidade que criaram tão infelizes relações, de forma que o “ponto errado” que existe em você nunca mais se manifeste.


Perdoar é libertar-se
Se alguém lhe atirasse uma pedra, o que você faria com ela?

a)     Você a ajuntaria e guardaria para atirar no seu agressor em momento oportuno a ou jogaria fora?
ou
b)    Trataria dos ferimentos e esqueceria a pedra no lugar em que ela caiu?

Alternativa A
Se você respondeu que a guardaria para devolver em momento oportuno, então pense em como essa pedra irá atrapalhá-lo durante a caminhada.
Vamos supor que você a guarde no bolso da camisa, onde fique bem fácil pegá-la quando for preciso.
Agora imagine como essa pedra lhe causará bastante desconforto :
-          Primeiro porque será um peso morto a lhe dificultar a caminhada lhe exigindo maior esforço para mantê-la no lugar.
-          Segundo porque cada vez que você for abraçar alguém, ambos sentirão aquele objeto estranho a machucar o peito.
-          Terceiro porque se você ganhar uma flor, por exemplo, não poderá colocá-la no bolso já que ele estará ocupado com aquele peso inútil.
-          Em quarto lugar, o seu agressor poderá desaparecer da sua vida e você nunca mais voltar a encontrá-lo e, nesse caso, terá carregado a pedra inutilmente.
Fazendo agora uma comparação com uma ofensa qualquer que você venha a receber, podemos seguir o mesmo raciocínio.
Se você guardar a ofensa para revidar em momento oportuno, pense em como será um peso inútil a sobrecarregar você.

Pense em quanto tempo perderá mentalizando o seu agressor e imaginando planos para vingar-se.

Pondere quantas vezes você deixará de sorrir para alguém pensando em como devolverá a ofensa.

E se você insistir em alimentar a idéia de revide, com o passar do tempo se tornará uma pessoa amarga e infeliz, pois esse ácido guardado em sua intimidade apagará o seu brilho e a sua vitalidade.

Alternativa B

Mas se você pensa diferente e quando recebe uma pedrada, trata dos ferimentos e joga a pedra fora, perceberá que essa é uma decisão inteligente, pois agirá da mesma forma quando receber outra ofensa qualquer.

Quem desculpa seu agressor é verdadeiramente uma pessoa livre, pois perdoar é libertar-se.

Ademais, quem procura a vingança se iguala ao seu agressor e perde toda razão mesmo que esteja certo.

Somente pode considerar-se diferente quem age de forma diferente e não aquele que deseja fazer justiça com as próprias mãos.

Em casos de agressões que mereçam providências, devemos buscar o apoio da justiça e deixar a cargo desta os devidos recursos.

Todavia, vale ressaltar que perdoar não é apenas esquecer temporariamente as ofensas, é limpar o coração de qualquer sentimento de vingança ou de mágoa.

Pense nisso!

A pedra bruta perdoa as mãos que a ferem, transformando-se em estátua valiosa.

O grão de trigo perdoa o agricultor que o atira ao solo, multiplicando-se em muitos grãos que, esmagados, enriquecem a mesa.

O ferro deixa-se dobrar sob altas temperaturas e perdoa os que o modelam, construindo segurança e conforto.

Perdoar, portanto, é impositivo para toda hora e todo instante, pois o perdão verdadeiro é como uma luz arremessada na direção da vida e que voltará sempre à fonte de onde saiu.


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